Mandala é qualquer desenho contido em um círculo.
Em geral, as mandalas possuem divisões simétricas em formas e cores abstratas, mas também podem ser figurativas.
O círculo é a forma mais simples, contida já nas primeiras garatujas da nossa infância, e por isso é reconfortante. Todas as pessoas manifestam desenhos de mandalas. Quem nunca se pegou a rabiscar algo, a partir de um círculo central? No desenvolvimento infantil, as primeiras formas de representação do eu são sempre um círculo, que, no desenvolver da criança, vai ganhando formas.
Assim também mandalas individuais são produzidas espontaneamente por pessoas em tratamento psicológico, ou psiquiátrico. Os temas são arquetípicos, o que significa que repetem-se tantas vezes que semelhanças evidentes aparecem, em desenhos dos mais diversos autores. Uma grande fonte de estudo para este aspecto do tratamento psicológico com mandalas está no livro da psiquiatra Nise da Silveira, "Imagens do inconsciente". Resumindo um pouco do que traz a Dra. Nise, as mandalas são um processo de ordenação da personalidade, um modo de encontrar uma nova centralização. Ajudam a curar estados de desorientação, pânico ou caos psíquico. Sua meta, pois, é a de transformar a confusão numa ordem, sem que tal intenção seja sempre consciente.
Com frequência, relata-se seu efeito benéfico ou tranquilizador. Tem um significado e efeito “mágicos”, tal como os ícones eclesiásticos, cuja eficácia diz-se ser jamais totalmente percebida.
Ao fazer uma mandala, podemos estudar e considerar as formas, números e cores, para que a mandala tenha todo o significado desejado expresso em imagem. Estas representações não são fixas, são parte do inconsciente coletivo, mas podem vir também de significados conscientes ou inconscientes individuais.
As mandalas são usadas em filosofias, e podem ter muitos significados, entre eles:
a contemplação do ser que se reconhece como parte do todo, como Deus e se livra da ilusão da existência individual;
a personalidade, o Eu Maior, sendo o centro, que se relaciona com tudo e ordena todas as coisas ao redor;
uma área circundante, que contém consciência, depois o inconsciente pessoal, e finalmente um segmento de tamanho indefinido do consciente coletivo, cujos arquétipos são comuns a toda humanidade;
uma fonte de energia que vai para o centro ou irradia.
Para além do emocional, mandalas também são um ótimo jeito de se apaixonar pela geometria, nas divisões do círculo e múltiplos padrões que podem surgir. Usamos o termo "geometria sagrada" para os estudos que comparam a perfeição de Deus e do universo à geometria. No islã, a imagem de Alá (Deus) é impossível de desenhar, por isso se expressa a perfeição dele através da escrita artística e da geometria.
Diz-se na geometria sagrada que as diversas divisões do círculo (2, 3, 4, 5...) podem formar toda a complexidade do universo. A partir da divisão do círculo surgem retas, triângulos, quadrados, estrelas e flores. Grandes símbolos como a Flor da Vida, o Torus Tantra, o Yin Yang e a Rosa dos Ventos tem seu ponto de início na ponta do compasso que se coloca no centro do primeiro círculo. Essa complexidade contida na matemática e na simplicidade do círculo transmite organização, equilíbrio, totalidade, segurança, disciplina, alinhamento e outras qualidades universais, tanto para quem faz a mandala quanto para quem a admira.
VAMOS VER ALGUMAS OBRAS E ESTUDOS? - Todas artes e textos de minha autoria, exceto quando expresso.
O Torus Yantra é uma mandala do budismo tibetano, que representa a forma primordial vista de cima, “3D”, é como se fosse uma rosquinha. Ela parte da divisão do círculo em 6 partes. É minha divisão do círculo favorita e a mais fácil de fazer. Dela também saem as mandalas conhecidas como "Flor da Vida". Também chamado ‘olho hipnótico’. É uma forma da geometria sagrada e possui uma conexão com a organização do universo.
Metatron (do hebraico מטטרון) é um anjo serafim, na tradição judaica e cristianismo místico. Em algumas tradições cristãs é tido como "O Anjo Supremo", Porta-voz Divino, mediador de Deus com a humanidade. Na tradição islâmica, ele também é conhecido como Mīṭaṭrūsh (árabe: ميططروش), o anjo do véu. Dentro do Cubo de Metatron encontram-se os 5 sólidos platônicos. (Wikipédia - artigo Metatron)
"Platão foi um filósofo e matemático grego. Ele realizou grandes contribuições para a matemática e, na tentativa de compreender o Universo, associou os sólidos a elementos da natureza.
Para ser um sólido platônico, o poliedro precisa ser regular e convexo. Existem apenas cinco sólidos que satisfazem essa definição. São eles: o tetraedro, o cubo ou hexaedro, o octaedro, o icosaedro e o dodecaedro.
Para ser um sólido de Platão, o poliedro também precisa ser convexo, todas as faces devem apresentar a mesma quantidade de arestas e todos os vértices devem ser extremidades de uma mesma quantidade de arestas."
Fonte: "Sólidos de Platão" em: https://brasilescola.uol.com.br/matematica/os-solidos-platao.htm
Hexaedro ("cubo") – terra / Tetraedro ("pirâmide") – fogo
Octaedro – ar / Dodecaedro – Cosmo ou Universo
Icosaedro – água
O símbolo do Tao é um importante símbolo na filosofia oriental e pode ser muito interessante na terapia.
Aqui no ocidente temos um pensamento dicotômico, pensamos em bem e mal. Mas o Yin-Yang vem nos contar que o bem é o equilíbrio, o mal é qualquer desequilíbrio. A natureza é um equilíbrio entre o fazer e o descansar, o dia e a noite, o masculino e o feminino, o passivo e o ativo.
Encontrar o equilíbrio na vida é excelente. Parar de nos afligir: celebrar o início, mas também o fim; quando estamos cansados, apenas descansamos; quando estamos tristes, choramos e acolhemos. Sabendo que tudo é o equilíbrio, logo também vem a alegria e a energia, então vamos fazer e acontecer - mas sem excesso de excitação.
A partir dessa busca pelo equilíbrio, passamos não a buscar estar o tempo todo ativo, solar, feliz, mas entendemos que tudo tem o seu lugar, inclusive a tristeza, o recolhimento, a pausa.
Por fim, parar de temer a morte que é parte da vida. Se não fosse a impermanência, a semente não viraria flor.
Pode ter desenho figurativo no meio, pode ser imperfeita, pode ser um quadro ou só um rabisco, pode ser foto de caleidoscópio, pode ser feita compalito de fósforo, papel recortado, partes do corpo, prato de papel. Pode ser digital, usando recursos que facilitam a reprodução por exemplo de palavras... de forma imperfeita ou totalmente geométrica. Também é usada como símbolo (logo) para muitos negócios. Pode ser uma boa forma de refletir sobre a vida e representar gráficos humanos... Pode ser um prato de comida e pode ser o mundo!
Na arte budista, as mandalas são em geral divisões em 4, já que representam a planta baixa dos palácios celestiais, com portas para as 4 direções.
Abaixo uma mandala minha com a flor da vida e o Buda da Medicina no centro. Em seguida, monges Tibetanos fazem mandala de areia no CEBB Sukhavati, Quatro Barras-PR em 2024. À direita, mandala tradicional que representa A Roda da Vida, no Budismo Tibetano - essa eu fiz em Aquarela e dei um toque de contemporaneidade ali no reino humano, com um pessoal tirando selfies.